4 fatores que podem estimular a automutilação e a ideação suicida
Nem sempre é possível prever atos de automutilação ou tentativas de suicídio. Muitas vezes, uma pessoa que está em sofrimento busca camuflar suas emoções, especialmente entre família e amigos. No entanto, alguns fatores de risco podem sugerir maior cuidado em relação a esses problemas; especialmente em crianças e jovens, observar o histórico de saúde e a condição emocional do indivíduo pode auxiliar a rede que está ao seu redor a protegê-lo e, em ocasiões mais graves, salvar vidas. Confira alguns casos que exigem mais atenção:
- HISTÓRICO FAMILIAR
O risco de suicídio e automutilação é maior caso outros membros da família tenham demonstrado algum tipo de comportamento similar. Isso ocorre tanto pelo fator genético quanto por fatores ambientais, como a personalidade e a transmissão de padrões de comportamentos disfuncionais aprendidos em idade de formação (infância e adolescência).
- TRANSTORNOS MENTAIS
A presença de algum transtorno mental na vida do paciente, seja ele relacionado unicamente à psique ou também conectado a vícios, como uso de álcool e drogas, é fator determinante para que haja atos de automutilação e até tentativa de suicídio. Em parte, isso acontece porque eles problemas retiram o dicernimento do indivíduo e ampliam emoções negativas, como sentimentos de tristeza e raiva.
- TENTATIVA PRÉVIA DE SUICÍDIO
Considerado o principal fator de risco, uma tentativa de suicídio deve sempre ser um alerta para possíveis atos de automutilação, ainda que esta tenha sido interrompida pela própria pessoa ou ela pareça estar recuperada. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o primeiro ano após uma tentativa de suicídio é o ano mais delicado, em que a observação por parte da família, amigos e comunidade escolar deve ser mais atenta. Quanto menor o intervalo entre as tentativas, maior o perigo de elas voltarem a ocorrer.
- FATORES EXTERNOS
Questões ligadas à rotina da criança ou adolescente, como um ambiente familiar disfuncional, situações de abuso ou privação, traumas e fatores sociodemográficos também podem causar adoecimento mental. Em todos os casos que possam provocar emoções negativas em demasia, deve-se procurar auxílio psicológico, com o intuito de identificar o quanto antes sintomas que apontem uma saúde mental danificada. Na rede pública, é possível encontrar suporte em diversos espaços, como hospitais, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), Centros de Atendimento Psicossocial (Caps) e, em casos de emergência, através do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), pelo número 192.
PREVENÇÃO É VIDA
O projeto Ações Integradas de Educomunicação para Prevenção ao Suicídio e da Automutilação promove a abordagem adequada de temas relacionados à saúde mental, de forma pedagógica e didática, utilizando ferramentas de educomunicação. A iniciativa é uma parceria entre a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde do Brasil, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), a Fundação Demócrito Rocha e a Universidade Aberta do Nordeste.
Para saber mais sobre fatores de risco e também sobre fatores que podem colaborar para a manutenção da saúde mental de crianças e adolescentes, baixe a Cartilha para prevenção da automutilação e do suicídio com orientações para educadores e profissionais da saúde.