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O que fazer diante de uma crise suicida?

19.10.20 - 07H40 Por Ana Beatriz Caldas

Estar atento ao estado da saúde mental é essencial em todas as etapas da vida. Durante a adolescência, porém, autoridades médicas alertam para a necessidade de um cuidado maior, visto que a época pode trazer situações de desconforto e tristeza para jovens que ainda estão em desenvolvimento emocional – e, portanto, não conseguem lidar com os sentimentos da forma “adequada”, podendo apresentar problemas de ordem mental e até uma crise suicida.

Por isso, é preciso investir em prevenção de forma interdisciplinar, em todos os espaços ocupados pelo indivíduo, como família, escola e igreja, entre outros. Mas o que amigos, familiares e integrantes da rede de apoio podem fazer quando a saúde mental de um adolescente já está abalada a ponto de haver uma tentativa de suicídio?

O primeiro passo é compreender que a pessoa que possui ideação suicida costuma distorcer a realidade a respeito de si e dos que a rodeiam, devido a um estado de adoecimento mental. Por isso, emoções negativas, como medo, raiva e culpa, costumam aparecer de maneira intensa, muitas vezes contribuindo para um quadro depressivo. Nesse caso, é necessário lembrar ao adolescente sobre outras situações de adversidade já enfrentadas, buscando novas soluções para aquele momento e não o deixando se sentir sozinho.

Também é importante buscar o apoio de uma pessoa que possa dar suporte afetivo e proteção ao jovem, seja ela um familiar, professor ou líder espiritual. Desse modo, é necessário que se entre em contato com a rede de apoio ainda que o adolescente não queira, já que uma crise severa pode resultar em sequelas e até morte. Ainda assim, em casos de risco de suicídio, é essencial que o indivíduo com ideação suicida também seja avaliado tão logo quanto possível por um psicológo e/ou médico psiquiatra, que poderão acompanhá-lo e recomendar o tratamento adequado.

ONDE PROCURAR AJUDA

Pessoas com ideação suicida e sua rede de apoio podem procurar auxílio especializado em diversos equipamentos de saúde em todo o País. No entanto, há recomendações específicas de acordo com o nível de perigo de cada caso, que podem ajudar o paciente a ter o atendimento adequado mais facilmente.

Em casos de prática de automutilação ou risco leve de suicídio, pode-se procurar atendimento em ambulatórios especializados em psiquiatria, nos Centros de Atendimento Psicossocial (Caps) e nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

Já em casos de risco moderado ou alto de suicídio, deve-se procurar por um pronto atendimento psiquiátrico, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), prontos-socorro ou hospitais gerais, podendo-se recorrer ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) através do disque 192. Em todas as ocasiões citadas, o paciente deverá passar por avaliação psiquiátrica emergencial tão logo quanto recobrar a consciência.

Para mais informações sobre o que fazer e como ajudar em casos de crise ou ideação suicida, baixe gratuitamente a Cartilha para prevenção da automutilação e do suicídio, voltada para situações de adoecimento mental que envolvam adolescentes de 15 a 18 anos, e também os demais materiais educativos do projeto Prevenção é Vida.

PREVENÇÃO É VIDA

O projeto Ações Integradas de Educomunicação para Prevenção ao Suicídio e da Automutilação promove a abordagem adequada de temas relacionados à saúde mental, de forma pedagógica e didática, utilizando ferramentas de educomunicação. A iniciativa é uma parceria entre a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde do Brasil, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), a Fundação Demócrito Rocha e a Universidade Aberta do Nordeste.

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